O cristianismo não foi criado por Cristo, mas por Constantino no quarto século. O cristianismo de hoje é apenas mais uma das muitas religiões. Religião portanto, não é forma. Religião é tudo aquilo em que existe negócios com Deus. Nós pensamos que religião é forma e rito. Mas não é. Pode ser, mas não necessariamente. A religião é conteú¬do, não forma; embora toda religião assuma uma fôrma ou forma. Não somos religião. Quem olha de fora, vê religião nas formas do lugar e do culto.
Entretanto, este é um lugar sem barganhas com Deus. Ou seja: a cara é religiosa, mas o espírito não é; pois o que define religião é o conteúdo.
Na religião:
Guardam-se tradições e valores que possuem uma origem boa.
Foram religiosos que compilaram e preservaram a Bíblia.
Deus também ensinou rituais no Velho Testamento e parece claro um tipo de ritual em Apocalipse.
Mas na religião nota-se que:
Todo religioso é sectário e preconceituoso.
Todo religioso pensa que Deus é patrimônio de sua religião.
Todo religioso possui justiça própria, pois supõe agradar a Deus com performances exteriores e, por isso, faz trocas e negócios com Deus.
A religião eleva o ego do homem, fazendo-o pensar que é melhor que os demais. Em Mateus 15, o Senhor faz uma menção de Isaías para mostrar a morte da religião:
O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu. (Is 29.13)
Características da religião:
1. A religião é algo completamente exterior
O Senhor não está interessado em coisas exteriores. Ele olha primeiro para o nosso coração. Se o nosso coração está longe do Senhor, de que adianta um louvor exterior?
2. Honra a Deus com os lábios, mas o coração está longe
As três religiões ali em Jerusalém são puramente rituais e repetitivas. Não há preocupação em relacionar-se com Deus, mas em cumprir rituais complicados e vazios.
3. É uma coleção de mandamentos humanos
Sabemos que toda tradição é estabelecida em algum momento por alguém que desejava reafir¬mar alguma verdade, o problema é que com o passar do tempo a finalidade se perde e fica apenas o conteúdo exterior vazio.
Jesus condenou claramente a tradição dos fariseus, porque eram tantas as regras que eles haviam acrescentado que o espírito da lei e da vontade de Deus se perdeu e ficou apenas o fardo para as pessoas.
Existem no meio evangélico muitas tradições que não foram estabelecidas pela Palavra de Deus. E não precisamos respeitá-las.
4. É uma vida mecânica e maquinal
4O problema da espiritualidade exterior é que ela é maquinal, ou seja, nem sequer é fruto de reflexão, mas é puramente mecânica.
5. É um ritual vazio
Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. (Mt 15.7-9)
O Senhor Jesus disse em Mateus (15.9) que a adoração deles é vã. Isso nos mostra que existe um tipo de adoração que é vã e inútil. Uma espiritualidade exterior produz contradições e hipocrisias do tipo: o órgão é sagrado e a guitarra é profana. Deus olha o coração e não o instrumento exterior.
A religião produz um crente que vive uma vida dividida: o culto é sagrado, mas o trabalho não. Ele entra e sai da presença de Deus sem entender que carrega Deus consigo. O programa e a ordem estão acima das pessoas e suas necessidades. No Velho Testamento aconteceu algo interessante. Davi levou a arca da aliança para Jerusalém e armou uma tenda de adoração para ela, enquanto o tabernáculo continuou em Siló com os mesmos rituais, mas sem a arca da aliança que simboliza a presença de Deus.
Pr. Aluízio A. Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário